quarta-feira, 9 de julho de 2014

A Terapia Ocupacional e o idoso com Alzheimer

Pessoal boa noite! Como estão?
Nós sabemos que são várias as doenças que podem atingir um idoso e que muitas delas decorrem em grande parte dos hábitos que levamos ao longo da vida e outras influenciadas por fatores genéticos. Mesmo assim, eu decidi selecionar apenas uma dessas doenças por conta de uma motivação pessoal. Meu avô foi diagnosticado com Alzheimer, e desde então, esse é um tema que estudo muito, pra tentar ajudá-lo de alguma forma.
Então, já que tenho estudado tanto, achei justo compartilhar esses estudos com vocês!

"A doença de Alzheimer é a forma mais frequente de demência em idosos. É caracterizada por um progressivo e irreversível declínio em certas funções intelectuais: memória, orientação no tempo e no espaço, pensamento abstrato, aprendizado, distúrbios da linguagem, da comunicação e da capacidade de realizar tarefas cotidianas. Incluem também sintomas como a incapacidade de julgamento." (Sayeg, 2000).

Os principais sintomas são:
* Perda de memória, confusão e desorientação;
* Ansiedade, agitação e desconfiança;
* Alteração da personalidade;
* Dificuldade com as atividades de vida diária;
* Dificuldade em reconhecer familiares e amigos;
* Alucinações, perda de peso, incontinência urinária e fecal;
* Dificuldades com a fala e comunicação;
* Movimentos e fala repetitiva.

Para lidar com o idoso com Alzheimer é necessário:
* Ter calma e paciência;
* Falar lentamente;
* Dar-lhe tempo para pensar e responder;
* Estabelecer rotinas diárias;
* Estimular tarefas de acordo com a sua capacidade;
* Ambiente agradável e sereno;
* Estimular sua independência;
* Integração social;
* Mantê-lo orientado;
* Treinamento de memória;
* Suporte para a família;
* Acompanhamento multiprofissional.

O papel do Terapeuta Ocupacional será de analisar e conhecer a rotina, histórico de vida, posição do paciente na sociedade, suas capacidades e o que está prejudicado para traçar um plano de tratamento que condiz com aquele paciente.
Algumas atividades podem ser muito exploradas para resgatar e/ou manter a funcionalidade do paciente. Dentre essas atividades, as auto-expressivas, lúdicas, laborativas e cognitivas podem dar muito certo nesses casos.
Para que o post não fique muito extenso e apenas com texto, procurei um exemplo para cada tipo de atividade citado acima.

1. AUTO-EXPRESSIVAS
As artes como por exemplo, pintura, música, dança, teatro, argila permitem que o paciente imprima em seu trabalho angústias, medos e desejos que podem ser trabalhados nos atendimentos posteriormente.

Desenhar em um papel a silhueta de uma pessoa e permitir que o paciente escreva, pinte ou desenhe naquela imagem como se ela representasse a própria pessoa, também pode trazer os sentimentos do indivíduo.

2. ATIVIDADES LÚDICAS
Envolvem a descontração e o brincar, além de envolverem funções psíquicas como: atenção, concentração, memória, volição, pensamento lógico e outros. Caso seja realizada em grupos, promove a socialização.

3. ATIVIDADES LABORATIVAS
Atividades que tenha um produto final que pode ou não ser concreto. Nessa categoria se encaixam crochê, pintura, marcenaria, exercícios físicos e outros. Elas trabalha a auto - estima, a tolerância ao trabalho, reforçam habilidades e permitem a descoberta novas possibilidades. 

4. ATIVIDADES COGNITIVAS
Com um material simples (palitos de sorvete coloridos e imagens que dispõe os palitos em diversas posições e ordem de cores) é possível estimular a capacidade cognitiva do idoso. Ele deve seguir e colocar os palitos de acordo com o que mostra a imagem.

Além dessas atividades, o T.O. pode fazer um trabalho com os cuidadores do idoso com Alzheimer, já que esses na grande maioria são familiares, que estão sobrecarregados e que em muitos casos não aceitam a doença do familiar.

O T.O. também pode adaptar o ambiente em que o paciente vive de acordo com suas necessidades, como por exemplo, retirando itens que podem favorecer quedas (tapetes, mesas de centro e outros), sinalizando degraus, rampas e desníveis, engrossando cabos de escovas de dentes, de cabelo e talheres, para os acamados dando atenção aos posicionamentos e muitas outras necessidades que possam surgir com a progressão da doença.

O Terapeuta Ocupacional pode usar uma anamnese para avaliar o indivíduo e alguns instrumentos padronizados, como o Mini Mental, Escala de Lawton e Brody e Classificação de idosos quanto à capacidade para o autocuidado.

Como em todas as áreas, não existe uma receita de bolo para os atendimentos, no entanto, eu espero que essa e as demais postagens possam ajudar vários T.O. em seu trabalho.
Você já teve alguma experiência com idoso com Alzheimer? Conta pra gente como foi!
Obrigada
Um beijo e até a próxima.

2 comentários:

  1. Olá Gabriela, queria lhe parabenizar pelo post!
    Suas sugestões de atividades irá ajudar muitos profissionais da área.
    Sou musicoterapeuta trabalho numa ILPI, mas como você mesmo disse esse publico necessita de atendimento multiprofissional.
    Conheça também um pouco do meu trabalho
    https://www.facebook.com/pages/Ilpi-Casa-Verde/450623948449221?fref=ts

    Att
    MT Rodrigo Santos
    mt.rodrigosantos@gmail.com

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  2. Olá gabriela, meu pai tem 79 anos e foi diagnosticado com Alzheimer há 8 anos e creio que esteja no estágio intermediário da doença, é acompanhado pela fonoaudióloga e fisioterapeuta em home care este, é devido a 2 quedas no período de 1 ano, mas graças a Deus tem se recuperado bem, anda sozinho. Gostaria de saber onde comprar material para facilitar as AVD e atividades cognitivas, assim como onde encontrar esses objetos (talher, copos e objetos da AVD) aqui no Brasil.
    No aguardo e parabéns pelo post.

    Att:
    Suleny Lopes

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